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NAZARÉ, NAZARÉ, Portugal
Eu Sou Filho da Lua... recebo a força do Sol...amante da natureza e da poesia...revestido pelo Mar... O amor do Criador me orienta... nunca estou só... tenho comigo minha melhor aliada chamada Vida(as vezes minha inimiga) Livre como uma Águia e forte como um Leão... distribuir sorrisos esta é minha profissão... Meus amigos(as) completam-me dia a dia, amizade e gratidão... sou rico por natureza meu... tesouro maior guardo sempre comigo para nunca serem esquecidos... Sou negro, sou branco, amrelo eu sou... engraçado, eu sou é de toda cor... Sou simples menino que sonha com um grande e infinito amor... numa felicidade que desconheço vou por onde passo distribuindo flor e amor... Quem sou? Essa agora! rsrs Eu sou um homem Feliz pois aqui neste jardim estou a crescer e não quero murchar por isso sou regado com coisas lindas que me dão é assim que sou...;)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A CARTA

Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei de que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação ;
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possível
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e, por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.

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